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Uma das preocupações mais comuns para aqueles que trabalham em ambientes de cuidados de saúde é a prevenção de lesões por pressão. Saber quais os tipos de Lesão por Pressão e como tratá-las é muito importante para o diagnóstico inicial e rápida cicatrização.

As lesões por pressão, também conhecidas como úlceras de pressão, são feridas na pele causadas pela pressão, fricção ou atrito durante longos períodos.

O uso do conhecimento sobre os tipos e tratamentos dessas lesões é uma parte importante do cuidado de pacientes. Neste artigo, abordaremos os diferentes tipos de pressão e as formas de tratamento, para que você possa tomar as melhores decisões possíveis.

Lesão por pressão é uma condição que ocorre quando uma área do corpo é submetida a pressão excessiva por um período prolongado, o que pode levar a danos nos tecidos e até mesmo a necrose (morte celular).

As lesões por pressão são mais comuns em pessoas que ficam deitadas ou sentadas por longos períodos, como idosos, pessoas com mobilidade reduzida ou pessoas que passam muito tempo em uma cadeira de rodas. No entanto, qualquer pessoa pode desenvolver uma lesão por pressão se estiver em uma posição desconfortável por um período prolongado.

Quais os tipos de Lesão por Pressão? Como são classificadas?

As lesões por pressão são classificadas de acordo com a profundidade dos danos nos tecidos. A escala mais comumente usada para classificar as lesões por pressão é a Escala de Ulceração de Pressão de Braden, que vai de 0 (sem risco de desenvolver uma úlcera de pressão) a 23 (alto risco de desenvolver uma úlcera de pressão).

As lesões por pressão são classificadas em seis categorias, de acordo com a profundidade dos danos nos tecidos:

  1. Es I: eritema (vermelhidão da pele) sem prejuízo da integridade da pele.
  2. Classe II: pequena área de descamação ou esbranquiçamento da pele, sem prejuízo da integridade da pele.
  3. Classe III: úlcera superficial que afeta apenas a camada mais externa da pele (epiderme).
  4. Classe IV: úlcera profunda que atinge a camada mais profunda da pele (derme) e pode ter exposição de tecido mole subjacente.
  5. Classe V: úlcera profunda que atinge o tecido mole subjacente e pode ter exposição de ossos ou tendões.
  6. Classe VI: úlcera profunda que atinge os ossos ou tendões e pode levar à necrose dos tecidos.

É importante notar que, quanto mais profunda for a lesão por pressão, mais tempo levará para se curar e mais cuidados serão necessários para evitar infecções e outras complicações.

Estágio I

As lesões por pressão nesse estágio são caracterizadas por eritema (vermelhidão da pele) sem prejuízo da integridade da pele. Elas geralmente são leves e podem ser tratadas com medidas de prevenção simples, como mudar de posição regularmente e usar almofadas de pressão para redistribuir o peso do corpo.

Os sintomas de uma lesão por pressão no estágio I podem incluir:

  • Vermelhidão da pele
  • Pele quente ao toque
  • Dor leve ou ausência de dor
Lesao por Pressao Classe I
Lesão por Pressão Estágio I
Fonte: Instagram – @enf.claudiarocha

É importante notar que, embora as lesões por pressão no Estágio I sejam leves, elas podem progredir para lesões mais graves se não forem tratadas de forma adequada. Portanto, é importante tomar medidas preventivas para evitar o agravamento da lesão.

Estágio II

As lesões por pressão no estágio II são caracterizadas por uma pequena área de descamação ou esbranquiçamento da pele, sem prejuízo da integridade da pele. Elas são um pouco mais graves do que as lesões no estágio I e podem requerer um tratamento mais agressivo para evitar o agravamento da lesão.

Os sintomas de uma lesão por pressão no estágio II podem incluir:

  • Pequena área de descamação ou esbranquiçamento da pele
  • Vermelhidão da pele ao redor da área afetada
  • Dor leve a moderada
Lesao por Pressao Classe II
Lesão por Pressão Estágio II
Fonte: Instagram – @enf.claudiarocha

Para tratar uma lesão por pressão no estágio II, é importante mudar de posição regularmente e usar almofadas de pressão para redistribuir o peso do corpo. Também pode ser necessário usar cremes ou loções para ajudar a hidratar e proteger a pele.

Estágio III

As lesões por pressão no estágio III são caracterizadas por uma úlcera superficial que afeta apenas a camada mais externa da pele (epiderme). Elas são mais graves do que as lesões no estágio I e II e podem requerer um tratamento mais agressivo para evitar o agravamento da lesão.

Os sintomas de uma lesão por pressão no estágio III podem incluir:

  • Úlcera superficial na pele
  • Vermelhidão e dor na área afetada
  • Descamação ou esbranquiçamento da pele ao redor da úlcera
Lesao por Pressao Classe III
Lesão por Pressão Estágio III
Fonte: Instagram – @enf.claudiarocha

Para tratar uma lesão por pressão no estágio III, é importante mudar de posição regularmente e usar almofadas de pressão para redistribuir o peso do corpo. Também pode ser necessário usar cremes ou loções para ajudar a hidratar e proteger a pele e realizar curativos diários para proteger a úlcera e promover a cicatrização.

Estágio IV

As lesões por pressão no estágio IV são caracterizadas por uma úlcera profunda que atinge a camada mais profunda da pele (derme) e pode ter exposição de tecido mole subjacente. Elas são ainda mais graves do que as lesões da classe III e podem requerer cuidados médicos de urgência para evitar infecções e outras complicações.

Os sintomas de uma lesão por pressão no estágio IV podem incluir:

  • Úlcera profunda na pele com exposição de tecido mole subjacente
  • Vermelhidão e dor na área afetada
  • Descamação ou esbranquiçamento da pele ao redor da úlcera
  • Odor desagradável
Lesao por Pressao Classe IV
Lesão por Pressão Estágio IV
Fonte: Instagram – @enf.claudiarocha

Para tratar uma lesão por pressão no estágio IV, é importante procurar atendimento médico o mais rápido possível. O tratamento pode incluir curativos diários, uso de medicamentos para evitar infecções e, em casos graves, cirurgia para remover tecido morto e promover a cicatrização.

Lesão por Pressão Não classificável

As lesões por pressão não classificável é caracterizada pela perda de pele cuja extensão da lesão não pode ser determinada devido ao acúmulo de tecido morto ou necrose. Quando esses tecidos são removidos, a lesão pode ser classificada como sendo de grau 3 ou grau 4.

Lesão por Pressão não classificável
Lesão por Pressão não classificável
Fonte: Instagram – @enf.claudiarocha

No entanto, a necrose estável, que é seca, aderente e sem inflamação ou inchaço, em membros com pouco fluxo sanguíneo ou no calcanhar, não precisa ser removida.

Este tipo de lesão, geralmente, é encontrado em pacientes com comprometimento de mobilidade, como idosos, pacientes acamados, pacientes com lesão medular e outros. É importante ser avaliado por um profissional de saúde, como enfermeiro ou médico, para identificar as causas e estabelecer um plano de cuidado adequado para prevenir o surgimento de outras lesões.

Lesão por Pressão Tissular Profunda

“Pele intacta ou não, com área localizada e persistente de descoloração vermelha escura, marrom ou púrpura que não embranquece ou separação epidérmica que mostra lesão com leito escurecido ou bolha com exsudato sanguinolento. A dor e mudança na temperatura frequentemente precedem as alterações de coloração da pele. A descoloração pode apresentar-se diferente em pessoas com pele de tonalidade mais escura. Essa lesão resulta de pressão intensa e/ou prolongada e de cisalhamento na interface osso-músculo. A ferida pode evoluir rapidamente e revelar a extensão atual da lesão tissular ou haver o restabelecimento da área afetada sem perda tissular. Não se deve utilizar a categoria Lesão por Pressão Tissular Profunda (LPTP) para descrever condições vasculares, traumáticas, neuropáticas ou dermatológicas” ” (NPIAP, 2019).

Lesão por Pressão Relacionada a Dispositivo Médico

“Essa terminologia descreve a etiologia da lesão e resulta do uso de dispositivos criados e aplicados para fins diagnósticos e terapêuticos. A lesão por pressão resultante, geralmente apresenta o padrão ou forma do dispositivo. Essa lesão deve ser categorizada usando o sistema de classificação de lesões por pressão” (NPIAP, 2019).

Lesão por Pressão em Membranas Mucosas

    “Pode ser desenvolvida quando há histórico de uso de dispositivos médicos no local do dano. Devido à anatomia do tecido, essas lesões não podem ser categorizadas” (NPIAP, 2019).

    Conclusão sobre a classificação das lesões, os tratamentos e a importância de um diagnóstico correto

    Em resumo, as lesões por pressão são condições graves que podem levar a danos nos tecidos e até mesmo à necrose. A classificação das lesões por pressão é importante para determinar o tratamento adequado e a prever o tempo de recuperação. É crucial um diagnóstico correto para garantir que o tratamento seja o mais eficaz possível e para evitar o agravamento da lesão.

    Após ler este artigo sobre os tipos de lesão por pressão e como tratá-las, deixo aqui o link para a aula sobre análise crítica de evento adverso relacionados a lesão por pressão. Discutiremos como realizar uma análise crítica de eventos adversos relacionados às lesões por pressão, incluindo a coleta de dados, a identificação de padrões e a implementação de medidas de correção para prevenir futuros eventos adversos. Esta aula será útil para profissionais de saúde e outros interessados em entender mais sobre como prevenir e tratar as lesões por pressão e em como realizar uma análise crítica eficaz de eventos adversos relacionados.

    Tenho também para você o meu guia “Gestão da Prevenção de Lesões de Pele Intrahospitalares“. Este guia é uma ferramenta valiosa para profissionais de saúde que desejam aprender mais sobre como prevenir e tratar as lesões por pressão em ambiente hospitalar. Ele aborda tópicos como fatores de risco, medidas preventivas, tratamento de lesões já estabelecidas e análise crítica de eventos adversos. O guia também inclui exemplos práticos e exercícios para ajudar os leitores a aplicar o conhecimento adquirido na prática clínica. Se você é um profissional de saúde ou simplesmente está interessado em aprender mais sobre prevenção de lesões de pele em ambiente hospitalar, não deixe de conferir o meu guia clique aqui.

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